Representantes das duas instituições afirmaram não ter como arcar com os bancos postais se não houver parcerias e apoio do Governo Federal.
Uma reunião no Senado nesta terça-feira, 26, em
Brasília, entre representantes dos Correios, sindicatos e parlamentares debateu
a situação dos bancos postais no Brasil e o fechamento de agências até o dia 11
de outubro deste ano. Segundo os Correios, os custos com as exigências da
Justiça do Trabalho, em manter guarda armada e portas com detector de
metal tornam inviável a manutenção das agências.
Segundo o presidente dos Correios, Guilherme
Campos, a situação avança em caminhos ainda mais críticos e não atinge só
o Banco Postal e suas 6.045 agências espalhadas no Brasil.
“Nessa nova parceria do Banco do Brasil com os
Correios, que será de 3 anos, perdemos quase 900 milhões de janeiro até agosto
deste ano, e tudo isso foi altamente prejudicial para a nossa empresa. Mas não
é só isso, precisamos reinventar a empresa, o mundo fez isso há 20 anos e
estamos fazendo isso só agora. Nossas atividades de monopólio acabou,
precisamos investir em tecnologia e nos novos métodos de comunicação. Os
correios vem de um prejuízo de mais de 800 milhões só nesse semestre e mesmo
sendo a contra gosto não temos condições de subsidiar o banco postal onde ele não
seja lucrativo”, disse.
A operação do banco postal é deficitária com
impacto direto nas pequenas cidades e nas agências mais periféricas. O Brasil
tem 759 municípios onde a única possibilidade de agência bancária é um Banco
Postal. Levantamento dos Correios estima que para se manter as mais de 6 mil
agências no Brasil seria necessário custos mensais de R$ 28 milhões, os gastos
caem para R$ 8 milhões se o investimento for apenas para os estados onde há
exigência de detector de metal e segurança armada em 1979 agências.
De acordo com o coordenador da Bancada do Nordeste,
deputado federal Júlio Cesar (PSD/PI) o impacto do fechamento do Banco Postal
nos municípios é bem maior que os números mostrados, atinge o pagamentos de
benefícios e fluxo de capital para o comércio da cidade.
“Proponho que os Correios pague os oito milhões que
é obrigado através de decisão judicial até que encontremos soluções para manter
o funcionamento de todas as agências, mas a urgência agora é manter essas 1979
agências abertas. Em Santa Filomena, no Piauí, por exemplo, se a agência
fechar o deslocamento será de mais de 200 km, pior que isso, os moradores da
cidade vão gastar o que deveria gastar na sua cidade para gastar em uma cidade
maior, precisamos pensar urgentemente na função social, não em lucros, essas
cidades menores nunca darão lucro mas outras maiores sim, e isso garante
equilíbrio, o que não podemos é prejudicar os menos favorecidos, o pobre que
não tem dinheiro nem para ir para sua cidade quanto mais ter que viajar para
receber um benefício que não dá nem para sustentar sua família”, lembrou.
O vice-presidente do Banco do Brasil, Walter
Malieni Junior, disse que o banco não poderá arcar com a manutenção dos 6
mil pontos de Banco Postal se não houver uma parceria com o governo federal ou
com outras instituições, incluindo Correios. “Não há outra solução se não uma
parceria, nem o Banco do Brasil e nem os Correios podem arcar integralmente com
essas despesas, as negociações ainda não evoluíram mas irão, até outubro teremos
soluções para 1800 agências, para todas não”.
Fonte: Ascom | Deputado Julio César (PSD)