"Seu" Nonato Ciana foi uma pessoa responsável por cuidar de um rebanho de gado: vaqueiro muito conhecido no município cocalense.
Foto: gentilmente cedida por Franzé
O vaqueiro é a figura central de uma fazenda e
operador pois o patrão geralmente é ou foi um vaqueiro. Seu trabalho é árduo e
contínuo. Passa grande parte do tempo montado a cavalo percorrendo a fazenda,
fiscalizando as pastagens, as cercas e as aguadas (fonte, rio, lagoa ou
qualquer manancial existente numa propriedade agrícola), além de cuidar da própria família.
A vida de Raimundo Nonato Filho, “Seu” Nonato Ciana,
não foi muito diferente da dos demais vaqueiros do município de Cocal, no Norte
do Piauí. Labutou toda sua vida lidando com o gado bovino. Casou-se e teve
cinco filhos. Dá até pra imaginá-lo vestido em seus paramentos: indumentária própria
feita de couro, composta por perneira (calça), gibão (dolmâ ou jaqueta de
couro, sobretudo), chapéu (de couro de abas largas dobradas no
meio), peitoral (avental de couro), luvas e botas também
de couro; "correndo pelo mato", montado em seu cavalo, aboiando ou em busca incansável por uma "Rês" que se perdeu do rebanho com seu filhote. E ao cair da tarde, fatigado, da labuta do dia, chegando em casa se
deita numa rede de Tucum, no alpendre.
Em dezembro, “Seu” Nonato Ciana completaria seus 80
(oitenta anos) mas, partiu. Foi atender ao seu último chamado. Talvez para a
lida em outras pradarias desconhecidas, outros campos, na madrugada de domingo
(04), após ser atendido no hospital Dirceu Arco Verde, na cidade de Parnaíba,
deixando sua imagem gravada na memória dos seus familiares, amigos e
conhecidos.
Descanse em paz grande vaqueiro.