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4/01/2019

Viçosa do Ceará | Exclama o poeta cocalense: 'A cidade chorou'

O historiador, professor e poeta, João Passos, da cidade de Cocal (Norte do Piauí), presta sua homenagem à cidade de Viçosa do Ceará (CE).



Imagem: João Passos



Viçosa de luto


Ah! Viçosa, cidadezinha encantadora da serra do Ceará.
Princesa  Ibiapabana, linda como é, na região, não há.
De teus encantos: casarões, ruas, praças e monumentos.
Fostes erguida num patamar e desfila majestosa pela passarela do ar.

Tuas lendas indígenas, teu lindo e rico  boqueirão.
É tua sina ser bonita, faceira, delicada flor do sertão.
Das nuvens que se afinam como o branco do Algodão.
Das escadarias  que te leva as portas da ostentação.


Imagem: João Passos

Cidadezinha, Viçosa do Ceará, que tem ligação com o altíssimo.
Nos degraus entre flores, serras e grandes palmeiras  a balançar.
Nas escadarias, o santíssimo, de braços abertos a te abençoar.
Buscando do alto  a magia, o encanto e a alegria deste pomar.

É madrugada, no singelo momento de agonia, as lágrimas do céu caíam.
Silenciosamente, um manto branco e frio  de nevoa cobria o lugar.
E aquecia aqueles que, com a proteção de Cristo, na noite dormiam.
A grande estátua de braços abertos,  na madrugada,  ao chão desabou.

Nos primeiros raios de sol, uma cidade perplexa, atônita acordou.
Meio ao grande barulho, na madrugada, vindo do desmoronamento.
A notícia, rapidamente, espalhou-se pelas ruas, ruelas e praças a lamentar.
Cobriu se de luto! A cidade chorou! E na ânsia dolorosa, sentiu-se desprotegida.
Os céus choraram convulsivamente a perda do oráculo e nuvens escuras cobriram o altar.


Imagem: Evaldo Neres
Seus filhos, olhavam incrédulos para o alto entre a neblina celestial.
O Cristo de braços abertos não mais estava lá, a contemplar a cidade.
Desceu a terra, postou-se ao pé da serra, do fato sacramental.
Caminhou contra o vento e tombou ao pé da incredulidade.
Agora, uma escada leva a um céu sem Deus, uma igreja sem céu, e um alto sem bênção.


Imagem: Evaldo Neres



Autor: João Passos