O
cuidado vem de dentro. Ele surge quando você olha para si e pensa: “preciso me
amar mais, me dar mais carinho e zelar por mim”. Muitas histórias de superação
do câncer de mama são assim. Elas são contadas para inspirar e dar forças para
quem precisa. Maria Socorro Martins é a personagem deste relato que pode
motivar tantas pessoas a não desistirem quando o mundo parecer cair.
O
sorriso no rosto e a positividade são marcas registradas de Socorro. Quem a vê
hoje em dia não imagina que ela se sentiu sem rumo, em 2016, quando descobriu
um câncer na mama. A ida ao médico era apenas para um exame de rotina, mas um
nódulo grande foi detectado. Apesar do tamanho, as chances de cura eram de 90%
devido à descoberta precoce do tumor maligno.
Nesse
momento, como qualquer pessoa que se depara com a palavra câncer, Socorro se
sentiu desnorteada e sem saber o que fazer. O apoio de amigos, familiares e,
principalmente, das filhas foi fundamental. Sahamia, 30, e Larissa, 29, foram
os maiores motivos para que a funcionária da Secretaria de Justiça de Teresina
não deixasse a peteca cair.
A
filha mais velha teve um papel muito importante nessa história. Estudante de
medicina, Sahamia deu todo o aporte para que a mãe tivesse os tratamentos
adequados e conseguisse superar a doença de um jeito menos doloroso.
“Eu
fiquei completamente sem rumo… Era como se o chão tivesse aberto debaixo dos
meus pés é o mundo desmoronasse. Tive momentos em que eu me olhava no espelho e
não me reconhecia depois de tudo que tinha acontecido. Foi muito ruim”, relata.
Após
10 dias de confirmação do resultado positivo para o câncer, Socorro começou a
quimioterapia e sentiu na pele todos os efeitos indesejados da química no
organismo. Antes da cirurgia, ela já tinha visto seus cabelos caírem, sentido o
corpo mais fragilizado e a vontade de se isolar tomar conta. Depois do
procedimento cirúrgico e de ter retirado o quadrante do seio onde estava
localizado o nódulo, foi a vez de dar início à radioterapia por alguns meses.
Hoje,
aos 51 anos, Socorro é uma paciente por tempo indeterminado. Ainda não recebeu
alta da doença e os exames são feitos constantemente para evitar a reincidência
do câncer. Mas o abalo abriu os olhos dela para viver a vida de outra maneira.
Para quem tinha uma rotina de estresse, má alimentação, falta de exercícios
físicos – apenas uma caminhada leve de vez em quando -, Socorro já se mostra
exemplo em mais um aspecto: disposição.
A
Bodytech Teresina se tornou a segunda casa da funcionária pública. É lá que ela
chega dando exemplo de positividade e alegria. Em 2017, ainda tímida com o
lenço na cabeça, Socorro entrou na academia por recomendação médica, pois era
preciso se manter na ativa, buscar mais qualidade de vida e sair de casa para
socializar. E foi assim que ela encontrou dois grandes prazeres e que não larga
mais: as aulas de dança e a musculação.
Socorro
entrará no quarto ano pós-câncer em fevereiro de 2020. Esses anos que passaram
foram essenciais para que ela pudesse enxergar a vida de uma outra perspectiva.
“Ou
você vive e busca seu bem-estar para ter equilíbrio emocional e mental ou você
desmorona totalmente. Eu vivi isso tudo, mas hoje vejo como é possível
encontrar forças onde a gente menos espera e encontrei: nas minhas filhas, na
fé que não me abandonou nunca e em mim também”, conta emocionada, reforçando
sua vontade de incentivar muitas mulheres que pensam em desistir.
Fonte:
AI comunicações