Em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a Hanseníase, uma doença crônica, transmissível, tem preferência pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas. A transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um contato próximo e prolongado. A doença tem cura e o tratamento é gratuito e ofertado pelo SUS em todo o país.
Na
última década, o Brasil apresentou uma redução de 34,09 % no número de casos
novos, passando de 39.047 mil diagnosticados no ano de 2008, para 26,8 mil em
2017. De forma semelhante, observa-se também a queda de 36,2% da taxa de detecção
geral do país (de 20,29/100 mil hab. em 2008 para 12,94/100 mil hab. em 2017).
Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em
menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente,
e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade.
A
dermatologista do Hapvida Loryenne Soares explica mais sobre o assunto. “A
hanseníase é uma doença dermatoneurológica, que tem manifestação na pele, como
a presença de manchas com alteração de sensibilidade. A parte neurológica vem
do comprometimento dos nervos periféricos, responsáveis pela sensibilidade e
motricidade. Por isso, a hanseníase é uma doença dermatológica que provoca
alteração na sensibilidade da pele”, explica.
Segundo
a dermatologista, os principais sinais e sintomas são: manchas na pele com
alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil; comprometimento
neural periférico em mãos e/ou pés e/ou face. Outros sinais e sintomas são: dor
e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços,
mãos, pernas e pés; Caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e
doloridos; diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular de olhos, mãos e
pés; áreas com diminuição dos pelos e do suor.
“É
comum as pessoas falarem que estão com uma mancha dormente no corpo. Mas é
importante ressaltar que nem sempre a mancha relacionada à hanseníase vai estar
totalmente dormente, depende do tempo em que esta pessoa se encontra doente. As
manchas podem ser esbranquiçadas, avermelhados ou amarronzadas, que não doem,
não coçam e aparecem geralmente em lugares como as costas, braços, perna e
rosto, mas isso não elimina outras áreas do corpo. É uma mancha que aparece no
corpo e que muitas vezes as pessoas não se sentem incomodadas, por isso a
importância estarem atentas para os sinais e sintomas da doença. Ressalta-se
que também que há pessoas que podem estar doentes e apresentarem alteração
neural, sem a presença de manchas”, ressalta a dermatolostia do Hapvida,
Loryenne Soares.
Loryenne
Soares também alerta para a transmissão da doença. “A hanseníase é uma doença
milenar, possui um período de incubação longo e é transmissível. Então uma
pessoa que possui Hanseníase do tipo multibacilar que não esteja em tratamento
transmite a doença, geralmente para quem está mais próximo. São as pessoas que
moram com o doente sem tratamento ou que convivem por um período prolongado e
contínuo que tem maior chance de adoecer. A doença é transmitida por meio das
vias aéreas superiores, como tosse e espirro. As pessoas ficam muito receosas
em estar perto de quem tem a doença, mas falta conhecimento de que não é em um
contato rápido que haverá transmissão. Envolve uma rotina diária de contato. E
ainda assim, para que a pessoa que recebeu a carga bacilar adoeça, envolve
também outras questões como a resistência imunológica de cada indivíduo”,
conclui a dermatologista do Hapvida.
Fonte:
AI comunicações