No último dia 23, a Secretaria
Estadual do Meio Ambiente publicou a portaria em que proíbe até 30 de novembro
a queima controlada no Piauí, incluindo a do lixo, que segundo a gestão
estadual, é um comportamento cultural.
Assim, além de evitar
queimadas, o Piauí já soma mais de 8 mil focos ao longo do ano. Por isso, a
suspensão da queima traz outros ganhos ao meio ambiente, tendo em vista que tal
prática provoca diversos prejuízos, impactando diretamente a vida da população
em geral.
Nesse sentido, o coordenador
de Engenharia, Segurança e Meio Ambiente do Grupo Sterlix/Raiz, Rafael Marques,
detalha ainda que a queima de plásticos, por exemplo, 'libera gases tóxicos na
atmosfera, como dioxinas, furanos, mercúrio e bifenilos policlorados, mais
conhecidos pela sigla PCB'. "A
prática representa uma ameaça à vegetação e à saúde humana e animal",
destaca.
O indicativo reforça a
necessidade da destinação correta dos resíduos sólidos, trabalho feito desde
2012 no Piauí pela Sterlix/Raiz.
Para se ter ideia da importância
da destinação adequada, o estudo Poluentes Tóxicos do Lixo Plástico - Uma
Revisão, publicado na revista Procedia Environmental Sciences por Verma et. al.
indica que a incineração de resíduos plásticos a céu aberto é uma das
principais fontes de poluição do ar. Em torno de 12% da maior parte dos
resíduos sólidos municipais é composta de plástico, de um tipo ou de outro, e
40% de todo o lixo do mundo é queimado.
"As dioxinas se depositam
em plantações e nos cursos de água, onde acabam entrando nos alimentos e,
consequentemente, nos corpos dos seres humanos. Essas dioxinas são poluentes
orgânicos persistentes e potencialmente letais, que podem causar câncer e
prejudicar a tiróide e o sistema respiratório", indica o biólogo Rafael
Marques.
Os ftalatos, substâncias
químicas que dão ao plástico algumas de suas características mais apreciadas,
como flexibilidade e suavidade, são disruptores endócrinos. Eles estão
associados a uma variedade de complicações de saúde, desde problemas de
fertilidade e problemas neonatais entre bebês até alergias e tipos de asma.
O estudo destaca que “a queima
do lixo plástico aumenta o risco de doenças cardíacas, agrava doenças
respiratórias, como asma e enfisema, causa irritações na pele, náusea e dores
de cabeça, e prejudica o sistema nervoso”.
A queima de plástico também
libera o carbono negro, sob a forma de fuligem, que contribui com as mudanças
climáticas e a poluição do ar.
Fonte: AI Comunicações