O
Conselho Regional de Psicologia do Piauí da 21ª (CRP 21) região emitiu uma nota
técnica em que demonstra a preocupação em relação a práticas de profissionais
que se propõem a trabalhar com transtornos mentais das mais diversas naturezas.
Segundo
o Conselho, ações que prometem resolutividade instantânea ou a curtíssimo
prazo, assumindo uma visibilidade social “milagrosa”, não condizem com a
experiência coletiva de profissionais, pesquisadores de saúde mental e também
pacientes/clientes/usuários tem constatado. “Tais procedimentos podem acarretar
danos à saúde, tendo o potencial de transtornos mentais leves virem a assumir
patamares de persistentes e severos, e, às vezes, em estágio complicado de
reversão de quadros”, diz a nota.
O
CRP 21 tem recebido inúmeras denúncias em todo o Piauí de profissionais que não
são da psicologia, mas “prometem” tratamentos para a cura de transtornos.
Confira
a nota na íntegra:
Nota
orientativa sobre saúde mental
O
Conselho Regional de Psicologia da 21ª Região torna público seu receio em
relação a práticas de profissionais que se propõem a lidar com transtornos
mentais das mais diversas naturezas, tais como, ansiedade, fobias,
depressão, diversos tipos de traumas, dependência química, bipolaridade, entre
outros.
Pesquisas
científicas bem como relatos de experiências práticas publicados em âmbito
acadêmico vêm demonstrando que problemas de
saúde mental devem ser abordados de modo interdisciplinar e,
muitos deles, de forma contínua, com o suporte da psicologia, da psiquiatria,
do serviço social, da fonoaudiologia, da terapia ocupacional, da enfermagem,
da nutrição, entre outras áreas da
saúde. Desta forma, sofrimentos psíquico e psicossocial se
configuram como questões complexas de saúde e que requerem consideração profissional
especial, marcada por seriedade, prudência, ética e perícia
técnica.
Ações
que prometem resolutividade instantânea ou a curtíssimo prazo, assumindo uma
visibilidade social “milagrosa”, vão na contramão do que a experiência coletiva
de profissionais, pesquisadores de saúde mental e também
pacientes/clientes/usuários tem constatado. Tais procedimentos podem
acarretar danos à saúde, tendo o potencial de transtornos mentais leves
virem a assumir patamares de persistentes e severos, e, às vezes, em estágio
complicado de reversão de quadros.
O
cuidado em saúde mental requer trabalhadores qualificados e articulados em
termos interdisciplinares; exige um acolhimento ético e singular, com a
montagem de projetos terapêuticos e com acompanhamento
longitudinal. Engloba também aspectos transdisciplinares e de
valorização do saber popular e das comunidades, sendo estes, comprovados
por estudos em Ciências Humanas e Sociais e em Saúde Coletiva que têm pacientes
como avaliadores dos serviços e das práticas sociais que incidem na saúde
mental deles.
É
fundamental lembrar que trabalhadores de saúde podem ser responsabilizados
penalmente se articularem ações que venham a agravar a saúde de seus pacientes
e estão sujeitos às sanções previstas em lei. No tocante ao exercício
profissional da Psicologia, temos imperativos
legais e éticos em relação à publicização de
ações de pacientes/clientes/usuários em mídias de diversas ordens.
Gostaríamos,
nós profissionais da Psicologia, de ratificar nossa vinculação ética para com a
sociedade em geral e com as boas práticas em saúde mental ancoradas no saber
científico para garantir a qualidade na prestação dos nossos serviços.
O CRP
21 orienta à sociedade a manter-se vigilante a procedimentos que
venham ocasionar danos à saúde mental, podendo, assim, a lesada
ou o lesado recorrer às autoridades competentes.
Conselho
Regional de Psicologia do Piauí – 21ª Região
Fonte:
AI Comunicações