Na manhã desta quarta-feira (30), a Polícia Civil do Piauí deflagrou a Operação DRACO 210: Faixa Rosa, uma ofensiva de grande porte que teve como objetivo o cumprimento de 34 mandados judiciais, sendo 15 de prisão temporária e 19 de busca e apreensão. A ação foi direcionada a um grupo composto por 15 mulheres, apontadas como integrantes de uma facção criminosa com atuação em diversos bairros de Teresina, além das cidades de Timon (MA), Demerval Lobão e Nazária (PI).
Os mandados foram expedidos pela Central de Inquéritos da capital, com base em investigações que tiveram início após a apreensão de um celular durante a Operação DRACO 198, realizada em março deste ano. O aparelho estava vinculado a uma parente de um dos líderes da organização e continha mensagens, documentos e cadastros que revelaram o funcionamento interno do grupo.
Estrutura organizada e linguagem codificada
Segundo a polícia, as informações extraídas do celular apontaram para uma estrutura altamente organizada, com divisão clara de funções, utilização de linguagem codificada e um estatuto próprio. Um dos elementos centrais nas investigações foi um grupo de WhatsApp intitulado “A LUTA NÃO PARA”, onde eram compartilhadas diretrizes, tarefas e registros da atuação das suspeitas.
As mulheres ocupavam cargos estratégicos dentro da facção, exercendo funções como:
Recrutamento de novos membros;
Repasse de ordens hierárquicas;
Controle disciplinar interno;
Gerenciamento financeiro;
Suporte logístico para o tráfico de drogas e ações violentas.
Resposta ao avanço do crime organizado
A operação contou com o apoio da Polícia Militar, Guarda Civil Municipal e diversas unidades especializadas e de inteligência da segurança pública estadual. A Polícia Civil destaca que a participação ativa de mulheres em posições-chave dentro do crime organizado tem chamado a atenção das autoridades, reforçando a necessidade de ações específicas e coordenadas para conter essa dinâmica.
Segundo a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), a Operação Faixa Rosa representa uma resposta firme ao crescimento da atuação feminina nas facções, que cada vez mais estruturam seus quadros com base em normas internas e uma rígida divisão de tarefas.
Fonte: Ronda 180