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Imagem: Reprodução/REUTERS |
Pela primeira vez na história da aviação, um Boeing 787-8 Dreamliner caiu, deixando uma marca dolorosa e inédita para a fabricante americana. A tragédia aconteceu nesta quinta-feira (12), em Ahmedabad, na Índia, apenas 30 segundos após a decolagem. Das 242 pessoas a bordo, 241 perderam a vida — apenas um passageiro sobreviveu.
30 segundos até o impacto
O voo da Air India, com destino a Londres, decolou às 13h38 (horário local). O avião subiu até aproximadamente 190 metros, mas logo começou a perder altitude e colidiu com o prédio de uma escola de medicina, explodindo em seguida. Câmeras de segurança e vídeos feitos por moradores captaram os momentos finais da aeronave ainda com o trem de pouso estendido e os flaps recolhidos — um possível indício de falha técnica ou erro de configuração.
O local do impacto era um refeitório universitário lotado no horário do almoço. Médicos e estudantes estavam presentes, e mais de 50 pessoas ficaram feridas no solo. A cena logo virou um cenário de guerra: destroços espalhados, chamas intensas e voluntários tentando resgatar possíveis sobreviventes.
A única vida salva
A única pessoa que sobreviveu à queda foi Vishwash Kumar Ramesh, cidadão britânico de 40 anos. Ele estava visitando familiares na Índia e ocupava o assento 11A, junto a uma saída de emergência. Mesmo ferido, com hematomas no rosto, tórax e pés, Vishwash conseguiu sair dos destroços e caminhar até receber socorro. Ele afirmou que tudo aconteceu muito rápido: um estrondo, a queda e, quando percebeu, estava cercado por corpos.
A família de Vishwash celebrou sua sobrevivência, mas também chorou a morte de seu irmão, que estava no mesmo voo. A história de Vishwash é considerada um verdadeiro milagre diante da magnitude da tragédia.
Nacionalidades das vítimas
A bordo estavam:
169 indianos
53 britânicos
7 portugueses
1 canadense
12 tripulantes
As autoridades indianas montaram um centro de apoio psicológico e de informações para familiares das vítimas, enquanto hospitais locais receberam dezenas de feridos — inclusive os atingidos no prédio do colégio médico.
Repercussão internacional e investigação
O piloto era experiente, com mais de 8 mil horas de voo, e as condições climáticas estavam favoráveis no momento da decolagem. Esse foi o primeiro acidente fatal envolvendo um Boeing 787-8, modelo que entrou em operação em 2011.
Peritos dos Estados Unidos, Reino Unido e Portugal já foram mobilizados para ajudar na investigação liderada pelo Departamento de Acidentes Aéreos da Índia. A Boeing declarou total disposição para colaborar, enquanto o governo indiano prometeu uma apuração completa e rigorosa.
“Não deixaremos pedra sobre pedra”, declarou o ministro da Aviação da Índia.
Comoção global
Líderes da Índia, Reino Unido, Portugal e Canadá manifestaram solidariedade às famílias das vítimas. Em Londres, o aeroporto de Gatwick montou um centro de apoio para parentes dos passageiros que aguardavam a chegada do voo.
Um acidente que abala a confiança
Acidentes aéreos são raros, mas quando acontecem, impactam profundamente a opinião pública. O Boeing 787 era até então um símbolo de inovação e segurança. A queda em Ahmedabad reabre discussões sobre manutenção, protocolos de decolagem e treinamento de tripulação.
A tragédia também lança luz sobre a importância da transparência nas investigações e do apoio às vítimas e familiares — tanto no ar quanto em solo, onde vidas também foram perdidas.
Fonte: G1