Estava o
cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado , de horrendo
aspecto.
— Que
desaforo é esse de turvar a água que venho beber? — disse o monstro
arreganhando os dentes. Espere, que vou castigar tamanha má-criação!…
O
cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
— Como
posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Era
verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o
rabo a torcer.
— Além
disso — inventou ele — sei que você andou falando mal de mim o ano passado.
— Como
poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?
Novamente
confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
— Se não
foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
— Como
poderia ser meu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo
furioso, vendo que com razões claras não vencia o pobrezinho, veio com uma
razão de lobo faminto:
— Pois se
não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!
E — nhoc!
— sangrou-o no pescoço.
A
fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente
animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em
verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da
história.
Fonte: Internet